A vista janela do meu quarto

O papel principal é do distribuidor de jogo, o ala só aqui está para dar umas corridas, tapar o flanco e, quem sabe, fazer umas assistências para golo. Vai também, como sempre, alertar o distribuidor de jogo para que solte a bola rápido, jogue simples e se deixe de rendilhados pouco práticos. Pronto, concluido o enquandramento técnico-táctico.

A temática da vista da janela do quarto é interessante, mas inconclusiva. Sendo que o quarto é o local de eleição para desportos predominantemente horizontais, não reconheço qualquer utilidade à vista da sua janela. Além disso, se a vista nocturna for melhor que a diurna, ainda melhor. Gente séria e trabalhadora não passa o dia no quarto a ver a vista. Pode, quanto muito, passar um feriado ou um sábado à tarde no quarto a ver as vistas, mas sempre numa prespectiva do que se passa lá dentro, não lá fora. À noite, sim senhor, vamos deitar-nos e, antes disso, ao fechar o estore, olhamos a vista: “Olha, que luzinhas tão giras, tão feliz que estou” e pronto, agora dormir, porque a vista de uma cama acabada de abrir com uma miúda gira lá dentro será sempre melhor. Sim, claro que o poderiamos fazer ao acordar... Eu por mim não o faço, enfrentar a luz do dia cheio de sonos e ramelas nos olhos não é propriamente agradável, e eu não sou propriamente masoquista. Vista da janela do quarto? Se fossem sempre maravilhosas não tinham inventado os quadros e as pinturas de paisagens.

Aqui fica a vista da janela do meu quarto. Mázinha não é? Pelo menos tenho uma janela.